quarta-feira, 24 de junho de 2020

Revisando o uso da CRASE



     Olá, leitores. Nesse tempo de pandemia, muitos alunos estão estudando em EAD (Educação a distância). Então, sabia que não há crase nesse caso? Pois é. A crase é usada em situações em que distâncias são determinadas. Alguns autores modernos dizem que podemos usar as duas formas (com ou sem crase), mas quando cai no concurso, sempre a forma clássica é preferida. Por isso, observe os exemplos abaixo:

(1) Educação a distância.

(2) Ensino a distância

(3) Atendimento a distância.

(4) A mãe observava a evolução do filho a distância.

(5) Note que, nos três casos apresentados, o vocábulo “distância” foi usado em sentido genérico.

Agora, observe a diferença do uso da crase abaixo:

(6) Eu estudava à distância de 300 metros da minha casa.

(7) O atendimento foi feito à distância de 15 quilômetros do acidente.

(8) Há um universo de conhecimento à distância de um clique!

      Viu como é fácil? A crase, ou seja, a contração de duas vogais iguais, sendo representada com acento grave, (a+a= à), tem algumas regras para aprendermos. Não ache difícil, senão você bloqueia o processo de aprendizagem. Prefira manter o foco e apreciar os detalhes de nossa língua portuguesa.

      Vamos revisar o uso da crase com as regras seguintes: 

1. A crase deve ser empregada apenas diante de palavras femininas: Essa é a regra básica para quem quer aprender mais sobre o uso da crase. Apesar de ser a mais conhecida, não é a única, mas saber que – salvo exceções – a crase não acontece antes de palavras masculinas já ajuda bastante! Caso você fique em dúvida sobre quando utilizar o acento grave, substitua a palavra feminina por uma masculina: se o “a” virar “ao”, ele receberá o acento grave. Veja só um exemplo:

As alunas foram à confraternização de final de ano do Colégio.

Substitua a palavra “confraternização” pela palavra “encontro”:

As alunas foram ao encontro de final de ano do Colégio.

2. Lembre-se de utilizar a crase em expressões que indiquem hora: Antes de locuções indicativas de horas, empregue o acento grave. Observe:

Às cinco horas começaremos a lanchar.

A peça teatral terá início às 20h.

O seu namorado esteve aqui às 7h, mas foi embora porque precisava ir ao trabalho.

Mas quando as horas estiverem antecedidas das preposições para, desde e até, naturalmente o artigo não receberá o acento indicador de crase. Observe:

Denise decidiu ir embora, pois estava aguardando o ônibus desde as 8h.

Marcaram o encontro no calçadão de Caxias para as 20h.

Pode vir aqui, eu estarei no Colégio até as 11h.

3. Antes de locuções adverbiais femininas que expressam ideia de tempo, lugar e modo. Observe os exemplos:

Às vezes chegamos mais cedo à escola.

Os alunos comeram a merenda às pressas, pois já passava do horário.

4. A crase, na maioria das vezes, não ocorre antes de palavra masculina: Isso acontece porque antes de palavra masculina não ocorre o artigo “a”, indicador do gênero feminino:

O pagamento dos boletos das Casas Bahia foi feito a prazo.

Muitos rapazes vão para o interior de Caxias para andar a cavalo.

Coloque na canjica canela e açúcar a gosto.

O Prefeito de Guapimirim viajou a bordo de uma aeronave moderna.

Muitos alunos vão a pé para o Colégio.

Existe um caso em que o acento indicador de crase pode surgir antes de uma palavra masculina. Isso acontecerá quando a expressão “à moda de” estiver implícita na frase. Observe o exemplo:

Meu aluno cantou a canção à Luan Santana. (Meu aluno cantou a canção à moda de Luan Santana).

Paulo fez um gol à Cristiano Ronaldo. (Paulo fez um gol à moda de Cristiano Ronaldo).

O professor comprou sapatos à Luís XV. (O professor comprou sapatos à moda de Luís XV).

5. Casos em que a crase é opcional:

→ Antes dos pronomes possessivos femininos minha, tua, nossa etc.: Nesses casos, o uso do artigo antes do pronome é opcional. Observe:

Eu devo satisfações à minha professora ou Eu devo satisfações a minha professora.

→ Antes de substantivos femininos próprios: Vale lembrar que, antes de nomes próprios femininos, o uso da crase é opcional, até porque o artigo antes do nome não é obrigatório. Observe:

Alexandre fez um pedido à Denise.

Ou

Alexandre fez um pedido a Denise.

→ Depois da palavra até: Se depois da preposição até houver uma palavra feminina que admita artigo, a crase será opcional. Observe:

Os alunos da turma 3004 foram até à Praça Raul Cortez.

ou

Os alunos da turma 3005 foram até a Praça Raul Cortez.

Ame o nosso idioma, tenha afeto ao que você estuda. Sendo assim, tudo ficará mais fácil. Até a próxima postagem!

 

quarta-feira, 17 de junho de 2020

“Redes sociais criam bolhas ideológicas inacessíveis a quem pensa diferente” (Ethan Zuckerman)




     Atualmente, a expressão “Cada um na sua bolha” é uma evidência na sociedade. Nas redes sociais, vê-se a todo instante, pessoas discutindo, e às vezes até brigando, por questões ideológicas. A situação se agrava com o passar dos tempos, e nos dá a impressão de que ninguém quer “furar” essas bolhas.

     Dessa forma, podemos crer que um país democrático está cada vez mais distante, pois, nesse caso, as tais bolhas criam grupos rivais que a todo custo polarizam a sociedade. Parece que está bem longe uma sociedade mais igualitária, em que a liberdade de expressão seja fonte de troca, de compartilhamento, ao invés de desunião e até fake news.

     No texto de Santaella, abaixo, vamos mergulhar nesse tema “Bolhas ideológicas”, e convido você a formar uma opinião sobre o assunto, respeitando sempre os Direitos Humanos.

      “Tudo o que gostamos está sendo monitorado nos serviços de streaming,” As bolhas, portanto, são constituídas por pessoas que possuem a mesma visão de mundo, valores similares e o senso de humor em idêntica sintonia. Isso se constitui em um ambiente ideal para a proliferação de memes e de trolagem, esta última uma espécie de trote que visa levar as pessoas a tomarem a sério uma brincadeira enganadora até o ponto de se sentirem lesadas, quando se comprova a funcionalidade da trolagem”.

     As pessoas formam opiniões e crenças por razões complexas e melhor equipar os cidadãos com habilidades cognitivas para analisar conteúdos e contextos não significa que eles o farão em todos os momentos ou que razões cognitivas podem vencer fatores morais e socioemocionais. Portanto, auxiliar as pessoas a desenvolver uma formação crítica para as mídias não deve ser uma panaceia contra todas as doenças digitais, mas deve ser a primeira defesa. (CHAPMAN, 2017).

     Que tal, qual é a sua opinião sobre o tema? Você tem coragem de "furar" essas bolhas? Reflita sobre isso, deixe seu comentário aqui.

     Até a próxima!
#formandoemeformandonajeo


segunda-feira, 15 de junho de 2020

A GERAÇÃO DE 45 NA PROSA E NA POESIA BRASILEIRA




      No primeiro bimestre, estudamos a 1ª e 2ª fases do Modernismo, suas características e seus principais autores. Agora, vamos avançar e estudar o pós-modernismo, especificamente a última fase: geração de 45.

     A época em que aparece e se desenrola o pós-modernismo literário é de muitas mudanças no Brasil e no mundo, principalmente com o fim da Segunda Guerra Mundial. A partir de 1945, aparece no Brasil uma geração de escritores sintonizados com o pensar sobre o homem e sobre o mundo, isto é, sobre o que abala a nossa alma.

     Tanto na prosa quanto na poesia, os autores desta geração procuraram experimentar novas formas de composição, usando a linguagem de forma diferenciada para mostrar seus objetivos.

 

Na prosa, podemos destacar: Clarice Lispector, Guimarães Rosa, Ariano Suassuna entre outros.

Para que possamos entender as características literárias desta geração, vamos propor a você que leia dois fragmentos do Romance Grande Sertão: Veredas de Guimarães Rosa. Antes, porém, que tal conhecer um pouco sobre o autor?

João Guimarães Rosa nasceu em 1908 em Cordisburgo (Minas Gerais).Na infância conviveu com vaqueiros de quem ouvia os “causos”. Este autor renovou, reinventou a prosa regionalista, ao inserir temáticas de ordem mística e filosófica nas suas narrativas. Além disso, o trabalho que autor faz com a linguagem é impecável, pois cria palavras, modifica a ordem das mesmas. Guimarães Rosa aborda as questões regionais e, ao mesmo tempo, tenta mostrar o mundo de cada personagem, a universalidade.

  

Trecho I

     De primeiro, eu fazia e mexia, e pensar não pensava. Não possuía os prazos. Vivi puxando difícil de dificel, peixe vivo no moquém: quem moi no asp’ro, não fantaseia. Mas, agora, feita a folga que me vem, e sem pequenos dessossegos, estou de range rede. E me inventei neste gosto, de es pecular ideia. O diabo existe e não existe? Dou o dito. Abrenúncio. Essas melancolias.

     O senhor vê: existe cachoeira; e pois? Mas cachoeira é barranco de chão, e água se caindo por ele, retombando; o senhor consome essa água, ou desfaz o barranco, sobra cachoeira alguma? Viver é negócio muito perigoso...

Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem – ou é o homem arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum. Nenhum! – é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo,franco – é alta mercê que me faz: e pedir posso, encarecido. Este caso – por estúrdio que me vejam – é de minha certa importância. Tomara não fosse... Mas, não diga que o senhor, assisado e instruído, que acredita na pessoa dele?! Não? Lhe agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava por ela-já o campo! Ah, a gente, na velhice, carece de ter sua aragem de descanso. Lhe agradeço. Tem diabo nenhum. (...)

Guimarães Rosa. Grande Sertão: veredas. 1994, pp 7-9. Disponível em http://stoa.usp.br/carloshgn/files/-1/20292/GrandeSertoVeredasGuimaresRosa.pdf

 

Trecho II

     Mire veja: um casal, no Rio do Borá, daqui longe, só porque marido e mulher eram primos carnais, os quatro meninos deles vieram nascendo com a pior transformação que há: sem braços e sem pernas, só os tocos... Arre, nem posso figurar minha ideia nisso! Refiro ao senhor: um outro doutor, doutor rapaz, que explorava as pedras turmalinas no vale do Araçuaí, discorreu me dizendo que a vida da gente encarna e reencama, por progresso próprio, mas que Deus não há. Estremeço. Como não ter Deus?! Com Deus existindo, tudo dá esperança: sempre um milagre é possível, o mundo se resolve. Mas, se não tem Deus, há - de a gente perdidos no vai vem, e a vida é burra. É o aberto perigo das grandes e pequenas horas, não se podendo facilitar – é todos contra os acasos. Tendo Deus, é menos grave se descuidar um pouquinho, pois no fim dá certo.        Mas, se não tem Deus, então, a gente não tem licença de coisa nenhuma! Porque existe dor. E a vida do homem está presa encantoada – erra rumo, dá em aleijões como esses, dos meninos sem pernas e braços. Dor não dói até em criancinhas e bichos, e nos doidos –não doi sem precisar de se ter razão nem conhecimento? E as pessoas não nascem sempre? Ah, medo tenho não é de ver morte, mas de ver nascimento. Medo mistério. O senhor não vê? O que não é Deus, é estado do demônio. Deus existe mesmo quando não há. Mas o demônio não precisa de existir para haver – a gente sabendo que ele não existe, aí é que ele toma conta de tudo. O inferno é um sem -fim que nem não se pode ver. Mas a gente quer Céu é porque quer um fim: mas um fim com depois dele a gente tudo vendo. Se eu estou falando às flautas, o senhor me corte. Meu modo é este. Nasci para não ter homem igual em meus gostos. O que eu invejo é sua instrução do senhor...

Guimarães Rosa. Grande Sertão: veredas. 1994, pp 77-78. Disponível em http://stoa.usp.br/carloshgn/files/-1/20292/GrandeSertoVeredasGuimaresRosa.pdf

GERAÇÃO DE 45 – POESIA

 

     Vamos iniciar a nossa aula solicitando a você, aluno, que observe as palavras abaixo:

“Não há obra de arte sem forma, e a beleza

é um problema de técnica e de forma.”

(Péricles Eugênio da Silva Ramos)

     O que será que o autor quis afirmar quando escreveu “não há arte sem forma” e que “a beleza (de uma obra de arte) é uma questão de técnica e de forma”?

É o que vamos descobrir, nesta aula, através de uma geração de poetas que ficou justamente conhecida como Geração de 45, pois o marco da estética foi o ano de 1945.

Esta geração se preocupava muito com a FORMA de escrever um poema, com a linguagem em si, se propunha um retorno às formas tradicionais do verso, como o soneto, e negava o experimentalismo dos modernistas de 1922, por isso ficou conhecida como a geração que diz que “a poesia é a arte da palavra“. Ou seja, a arte não é intuitiva, é calculada, é nua, é crua. E como disse o autor Péricles acima, não há obra de arte sem forma, sem forma calculada.

Do pensamento dessa geração, podemos então listar as principais características (procedimentos formais).

Principais procedimentos formais e linguísticos da Geração de 45

Metalinguagem (reflexão sobre o processo de criação literária);

Postura racional, anti-sentimental; Linguagem metafórica ou poética, que relativiza os limites entre poesia e prosa; Invenção de palavras novas a partir de recursos disponíveis na língua: neologismo.

Com a geração de 45, "a poesia aprofunda a depuração formal, regressando a certas disciplinas quebradas pela revolta de 22, restaurando a dignidade e severidade da linguagem e dos temas, policiando a emoção por um esforço de objetivismo e intelectualismo, e restabelecendo alguns gêneros fixos, como o soneto e a ode". (COUTINHO, Afrânio). Além de renovar a poesia pela prática da atenção à forma, busca também mensagens de crítica social.

São poetas dessa época: João Cabral de Melo Neto, Lêdo Ivo, Péricles Eugênio da Silva Ramos, Domingos Carvalho da Silva.

Veja, agora, um exemplo de poesia da geração de 1945:

Catar Feijão

  Catar feijão se limita com escrever: jogam-se os grãos na água do alguidar e as palavras na da folha de papel; e depois, joga-se fora o que boiar.

Certo, toda palavra boiará no papel, água congelada, por chumbo seu verbo; pois catar esse feijão, soprar nele, e jogar fora o leve e oco, palha e eco.

Ora, nesse catar feijão entra um risco: o de que entre os grãos pesados entre um grão qualquer, pesado ou indigesto, um grão imastigável, de quebrar dente.

Certo não, quando ao catar palavras: a pedra dá à frase seu grão mais vivo: obstrui a leitura fluviante, flutual, açula a atenção, isca-a com risco.

Comentário: Catar Feijão é um poema em que o poeta, tendo como objeto a construção do poema, toma como referente um ato do cotidiano em que também o escolher, o combinar é necessário. Nesse caso ele compara catar palavras com catar feijão. É um poema que ao final nos mostra como construir um poema, apresentando assim a característica da metalinguagem. Além disso, a FORMA, o como diz o que diz é o que importa neste poema de João Cabral de Melo Neto, fazendo dele um autor típico da Geração de 45.

Vamos agora comentar sobre outra característica desta Geração: o NEOLOGISMO. Veja o conceito abaixo.

Neologismo: é o processo de criação de uma nova palavra na língua devido à necessidade de nomear novos objetos, novos conceitos ou fazer referência a novas ideias em uma situação específica.

 

Voltemos ao poema Catar Feijão. Observe os versos:

 

“a pedra dá à frase seu grão mais vivo: obstrui a leitura fluviante, flutual

 

Se você, caro aluno, for ao dicionário Houaiss, por exemplo, e procurar por fluviante e flutual não encontrará. São duas palavras criadas pelo poeta, são neologismos construídos a partir das palavras fluvial (referência a um rio) e flutuante (flutuação própria em um rio) em que as partes finais das duas palavras, ou seja, neste caso específico, os seus sufixos, são recolocados no outro termo.

Outro recurso literário utilizado no poema é a metáfora.

METÁFORA: É uma figura de palavra em que um termo substitui outro em vista de uma relação de semelhança entre os elementos que esses termos designam.

Fonte da pesquisa: Atividades Autorreguladas do 2º bimestre – Material didático.

 



 

segunda-feira, 8 de junho de 2020

TIPOS DE ARGUMENTO





1. Argumento de Autoridade: A ideia se sustenta pela citação de uma fonte confiável, que pode ser um especialista no assunto ou dados de instituição de pesquisa, uma frase dita por alguém, líder ou político, algum artista famoso ou algum pensador, enfim, uma autoridade no assunto abordado. A citação pode auxiliar e deixar consistente a tese. Não se esqueça de que a frase citada deve vir entre aspas. Veja:

  “O cinema nacional conquistou nos últimos anos qualidade e faturamento nunca vistos antes. ‘Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça’ - a famosa frase-conceito do diretor Glauber Rocha – virou uma fórmula eficiente para explicar os R$ 130 milhões que o cinema brasileiro faturou no ano passado”. (Adaptado de Época, 14/04/2004)

2. Argumento por Causa e Consequência: Para comprovar uma tese, você pode buscar as relações de causa (os motivos, os porquês) e de consequência (os efeitos, a decorrência). Observe:

   “Ao se desesperar em um congestionamento em São Paulo, daqueles em que o automóvel não se move nem quando o sinal está verde, o indivíduo deve saber que, por trás de sua irritação crônica e cotidiana, está uma monumental ignorância histórica. São Paulo só chegou a esse caos porque um seleto grupo de dirigentes decidiu, no início do século, que não deveríamos ter metrô. Como cresce dia a dia o número de veículos, a tendência é piorar ainda mais o congestionamento – o que leva técnicos a preverem como inevitável a implantação de perigos”. (Adaptado de Folha de S. Paulo. 01/10/2000)

3. Argumento de Exemplificação ou Ilustração: A exemplificação consiste no relato de um pequeno fato (real ou fictício). Esse recurso argumentativo é amplamente usado quando a tese defendida é muito teórica e carece de esclarecimentos com mais dados concretos. Veja o texto a seguir:

     “A condescendência com que os brasileiros têm convivido com a corrupção não é propriamente algo que fale bem de nosso caráter. Conviver e condescender com a corrupção não é, contudo, praticá-la, como queria um líder empresarial que assegurava sermos todos corruptos. Somos mesmo? Um rápido olhar sobre nossas práticas cotidianas registra a amplitude e a profundidade da corrupção, em várias intensidades”.

     Há a pequena corrupção, cotidiana e muito difundida. É, por exemplo, a da secretária da repartição pública que engorda seu salário datilografando trabalhos “para fora”, utilizando máquina, papel e tempo que deveriam servir à instituição. Os chefes justificam esses pequenos desvios com a alegação de que os salários públicos são baixos. Assim, estabelece-se um pacto: o chefe não luta por melhores salários de seus funcionários, enquanto estes, por sua vez, não “funcionam”. O outro exemplo é o do policial que entra na padaria do bairro em que faz ronda e toma de graça um café com coxinha. “Em troca, garante proteção extra ao estabelecimento comercial, o que inclui, eventualmente, a liquidação física de algum ladrão pé-de-chinelo”. (Jaime Pinksky/Luzia Nagib Eluf. Brasileiro(a) é Assim Mesmo, Ed.Contexto)

4. Argumento de Provas Concretas ou Princípio: Ao empregarmos os argumentos baseados em provas concretas, buscamos evidenciar nossa tese por meio de informações concretas, extraídas da realidade. Podem ser usados dados estatísticos ou falsos ou fatos notórios (de domínio público). Veja como se processa:

     “São expedientes bem eficientes, pois, diante de fatos, não há o que questionar. No caso do Brasil, homicídios estão assumindo uma dimensão terrivelmente grave. De acordo com os mais recentes dados divulgados pelo IBGE, sua taxa mais que dobrou ao longo dos últimos 20 anos, tendo chegado à absurda cifra anual de 27 por mil habitantes. Entre homens jovens (de 15 a 24 anos), o índice sobe a incríveis 95,6 por mil habitantes”. (Folha de S. Paulo. 14/04/2004)

5. Argumento por analogia (ou a simili): É o argumento que pressupõe que se deve tratar algo de maneira igual, situações iguais. As citações de jurisprudência são os exemplos mais claros do argumento por analogia, que é bastante útil porque o juiz será de algum modo, influenciado a decidir de acordo com o que já se decidiu em situações anteriores. Veja um exemplo desse argumento:

      “Em relação à violência dos dias atuais, o Brasil age semelhante a uma noiva abandonada no altar: perdida, sem saber para aonde ir, de onde veio e nem para onde quer chegar. E a questão que fica é se essa noiva largada, que são todos os brasileiros, encontrará novamente um parceiro, ou seja, uma nova saída para o problema”.

6. Argumento por alusão histórica Assim como na argumentação por citação, a intertextualidade é uma das intenções dessa estratégia. Há, além disso, a relação com a argumentação por exemplificação, uma vez que fatos históricos também são meios que podem comprovar determinada afirmação/reflexão crítica. Dessa forma, temos, com a alusão histórica, dois benefícios: possibilidade de comprovar a nossa opinião e dar maior credibilidade ao texto, uma vez que ser entendedor da história é demonstrar autoridade no assunto recortado. O autor, ao fazer uso dessa estratégia argumentativa, estará comparando o passado e o presente e, a partir dessa comparação, tecerá sua reflexão crítica em relação ao recorte histórico realizado. Observem:

      Há exatos 122 anos, era declarada ilegal a propriedade de um ser humano sobre outro no Brasil”

Fonte da pesquisa: internet

(Há mais tipos de argumento, pesquisem online para que a sua capacidade de argumentar seja ampliada)

 

quarta-feira, 3 de junho de 2020

PARTICULARIDADES DA PROVA DE REDAÇÃO DO ENEM:




     Geralmente, a prova de redação do ENEM, apresenta uma frase-tema, e assim, a proposta de redação. O gênero textual é o argumentativo dissertativo, que já vimos aqui no blog (dê uma olhada); e exige um texto formatado em: INTRODUÇÃO, ARGUMENTAÇÃO E CONCLUSÃO. Na CONCLUSÃO, você já está “careca” de saber que terá que redigir uma solução para o problema, que se chama PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SOCIAL.

      Não fique desanimado, pois na prova há sempre TEXTOS MOTIVADORES, ou seja, textos de apoio, que podem ser editoriais, charges, quadrinhos, notícias, pesquisas ou até mesmo estatísticas. Tudo isso vai te ajudar na escrita da redação. Uma inspiração a mais, não é mesmo?

     Entretanto, você não pode copiar partes desses textos motivadores, senão sua nota “vai para o brejo”. E não se esqueça de ler bem as regras da redação:

·         Escrever à tinta preta. (Já comprou sua caneta?).

·         Usar o rascunho no espaço apropriado.

·         Escrever mais de 7 (sete) linhas, até 30 no máximo.

·         Apresentar seu ponto de vista de forma coesa e coerente.

Leia abaixo a PROVA DE REDAÇÃO DO ENEM 2019; observe atentamente como a prova se apresenta.


Veja as COMPETÊNCIAS EXIGIDAS na redação:

Competência I – Demonstrar domínio da norma culta; padrão;

Competência II – Compreender a proposta;

Competência III – Selecionar e relacionar argumentos:

Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da argumentação:

Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema.

Quer pesquisar mais sobre a redação dissertativa do ENEM, leia em:

Manuais e cartilhas de correção da prova:

http://portal.inep.gov.br/web/guest/enem-outros-documentos

Provas do ENEM com gabarito:

http://portal.inep.gov.br/web/guest/provas-e-gabaritos


Excelente prova a todos!

Não tenha medo de enfrentar o desconhecido

  Aumente a sua autoestima. Aceite novos desafios. Não tenha medo de errar. Acredite no seu desempenho. Pense positivamente. 🍀