sexta-feira, 31 de julho de 2020

Introdução às literaturas indígenas e africanas em língua portuguesa

      


         Nesse bimestre, nosso objetivo é analisar a produção literária do período colonial e pós e, principalmente, os ideais de liberdade nas produções indígenas e africanas; reconhecer as características gerais do texto opinativo e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural através das lendas indígenas e africanas.

       Vamos começar com “a maneira de ser, viver e pensar dos povos africanos. Conheceremos o que é importante e tem bastante valor: natureza, ancestrais, o sagrado, por exemplo. Vamos, então, iniciar nossa aula conhecendo o sistema pessoal de ideias: a cosmovisão.

Você já ouviu falar em COSMOVISÃO?

A palavra cosmovisão significa ter um sistema pessoal de ideias e sentimentos acerca do universo e do mundo e de como deve agir para transformá-lo. Tanto na cultura africana, como veremos na indígena, a concepção de mundo é uma concepção de relação de forças naturais, sobrenaturais, humanas e cósmicas.

Forças naturais: a importância da Natureza

As árvores, as pedras, as montanhas, os astros e planetas, exercem influência sobre a Terra e a vida dos humanos, e vice-versa. Enquanto os europeus queriam dominar as coisas indiscriminadamente, os africanos (e indígenas) davam importância a elas, pois tinham consciência de que elas faziam parte de um ecossistema necessário à sua própria sobrevivência. As preces e orações feitas a uma árvore, antes de ela ser derrubada, era uma atitude simbólica de respeito à existência daquela árvore, e não a manifestação de uma crença de que ela tinha um espírito como dos humanos.

A força do BAOBÁ – ÁRVORE SAGRADA

A árvore é um dos símbolos fundamentais das culturas africanas tradicionais. Os velhos baobás africanos de troncos enormes suscitam a impressão de serem testemunhas dos tempos imemoriais. Os mitos e o pensamento mágico-religioso yorubá têm na simbologia da árvore um de seus temas recorrentes. Na sua cosmogonia. (criação do mundo), a árvore surge como o princípio da conexão entre o mundo sobrenatural e o mundo material”.

Agora, vamos conhecer um pouco mais sobre os indígenas: “Os rituais, os cânticos, as cerimônias festivas, a arte da pintura, enfeites e vestimentas (cada qual própria para um momento), as pinturas corporais, pinturas em utensílios domésticos, a ritualística utilização das cores, tudo isso e tantas outras atividades são as bases da maneira de ser do indígena e de sua literatura, assim como vimos na africana. Tradicionalmente, a literatura indígena frui sua cultura nas manifestações literárias da oralidade, onde a contação de histórias é também um forte pilar, para o compartilhamento de saberes e valores às novas gerações. É nesse momento em que a palavra habitada de valores, assume seu poder maior, pois como canal de comunicação, exerce sua plena função de transmitir aos demais todo o imaginário individual ou coletivo, referente a cada povo.

O fato de vários indígenas estarem escrevendo e publicando livros hoje, mostra o quanto caminham por diversas formas possíveis para sua autonomia política, econômica e cultural. Os indígenas não estão parados no tempo, estão evoluindo e buscando à sua maneira formas de permanecerem existentes sem serem obrigados a dispensar toda uma tradição cultural milenar”.

    Como você pode observar, na aula de hoje, as características principais das literaturas indígenas e africanas residem na literatura oral, ou seja, aquela que é contada oralmente, e passada de geração em geração.·.

      A cosmovisão, quer dizer, a concepção de mundo é uma concepção de relação de forças naturais, sobrenaturais, humanas e cósmicas, e representa bem o pensamento indígena e africano. A natureza é muito respeitada e eleva o ser humano às esferas espirituais.

     Além das duas principais características citadas acima, vamos observar outros traços importantes da cultura indígena e africana:

Culto aos ancestrais (antepassados) e socialização

Sintetiza todos os elementos que estruturam a cosmovisão africana e indígena, fazendo uma ponte imediata com a história e a memória no desejo de não esquecer o passado. Sintetiza também o momento de reunião, de socialização.

Religiosidade e Mito de Criação

Os cultos religiosos tradicionais da África voltavam-se, em linhas gerais, aos antepassados ou a divindades da Natureza.

Liberdade

Sintetiza um dos maiores anseios do povo africano e indígena, que tanto sofreram com seu passado de colonização e/ou escravidão.

Identidade nacional

Sintetiza um conjunto de sentimentos que fazem com que um indivíduo se sinta parte integrante de uma sociedade ou nação.

Língua

A língua é um importante elemento na constituição da identidade de um povo. Ela permite reconhecer membros da comunidade, diferenciar estrangeiros e transmitir tradições. Como os povos africanos e indígenas foram colonizados, muito de seus idiomas ou dialetos de origem foram “substituídos” pela língua do colonizador.

       Agora, reflita nesse instante: você se lembra de alguma história contada por seus pais ou avós? Se lembrar, deixe aqui um breve relato sobre o conto. E até a próxima aula.

(Adaptado de: “A Literatura Indígena e o respeito à pluralidade cultural brasileira) (Fonte: Atividades autorreguladas do 3º bimestre)

 

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Aprendendo Português online na pandemia


Olá, queridos leitores! Então, curtiram o meme sobre aprender Português online na pandemia?
Observem o horário em que a professora recebe a mensagem de seu aluno. 😆.
Comentem, se quiserem ou, melhor ainda, escrevam uma redação dissertativa argumentativa sobre a aprendizagem online durante a pandemia e seus desafios. Lembrem-se das regras e competências estudadas aqui para realizar a redação.
É só revisar o conteúdo aqui mesmo no blogger.
Até breve!
💜
TEXTO MOTIVADOR (Caso queira escrever a redação):
 
Sem internet, merenda e lugar para estudar: veja obstáculos do ensino a distância na rede pública durante a pandemia de Covid-19
Ensino presencial está suspenso por causa do coronavírus. Professores e alunos mostram que desigualdade fica ainda mais evidente com projetos de educação remota.


Por causa da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), escolas suspenderam as aulas presenciais e passaram a buscar formas alternativas de manter o processo de ensino-aprendizagem durante a quarentena: usam principalmente aplicativos e plataformas on-line. A estratégia adotada, no entanto, escancara a desigualdade e as dificuldades enfrentadas pelos estudantes e professores de colégios públicos – acesso limitado à internet, falta de computadores e de espaço em casa, problemas sociais, sobrecarga de trabalho docente e baixa escolaridade dos familiares.
 

Nesta reportagem, conheça a história de alunos, pais e professores que relatam os obstáculos da educação remota. Eles serão apresentados em quatro eixos:

1- estrutura: problemas de acesso a computadores e de conexão com internet, falta de espaço apropriado para o estudo em casa;

2- relação família-escola: dificuldade de professores entrarem em contato com os pais dos alunos, baixa escolaridade dos familiares e esgotamento emocional dos docentes, que ficam disponíveis 24h para tentar ajudar;

3- problemas sociais: falta de merenda, evasão escolar e maior exposição à violência (sexual, física ou psicológica);

4- conteúdo: professores que não foram preparados para ministrar aulas online e dificuldade em adaptar conteúdos.


Segundo Mauricio Canuto, professor de didática no Instituto Singularidades (SP), o que está sendo feito pelas escolas não pode ser chamado de "educação a distância" é um regime emergencial de ensino remoto. "Não é uma situação estruturada: faltam equipamentos, não há acesso à internet, as pessoas não dominam as tecnologias digitais. A EAD pressupõe que todos estejam conectados e integrados", explica.
 

OS PROBLEMAS DE ESTRUTURA

1- Sem acesso à internet


Larissa Bittencourt é professora de sociologia em uma escola estadual de Venâncio Aires (RS), município de 70 mil habitantes. Ela conta que suas turmas de ensino médio têm alunos de diferentes classes sociais – e que, na educação remota, a desigualdade está mais evidente.
 

"Alguns jovens moram na roça e já enfrentam dificuldades para frequentar presencialmente a escola. Agora, então, sem sinal de telefone ou de internet, estão completamente afastados", conta. "A gente simplesmente não consegue entrar em contato com eles. E o colégio não tem estrutura de recursos humanos para procurar fisicamente cada família e levar material impresso na porta das casas."

Segundo a pesquisa TIC Domicílios, divulgada em 2019, apenas 44% dos domicílios da zona rural brasileira têm acesso à internet. Na área urbana, o índice é bem mais alto: 70% dos lares estão conectados. O estudo, feito anualmente pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), é um dos principais no país no segmento de acesso a tecnologias.

As diferenças ficam ainda mais evidentes ao se analisar cada classe social: entre os mais ricos (classes A e B), 96,5% das casas têm sinal de internet; nos patamares mais baixos da pirâmide (classes D e E), 59% não conseguem navegar na rede. Em nota, a secretaria estadual do Rio Grande do Sul afirma que, para os alunos sem conexão, houve "a distribuição presencial de tarefas e de materiais didáticos aos pais ou responsáveis pelos estudantes".

2- Só celular, sem computador


Guilherme Lima, de 15 anos, é aluno da rede estadual de Caieiras, município na zona metropolitana de São Paulo. Ele mora com os pais e com dois irmãos em idade escolar. "A gente tem celular, mas sinto muita falta de um computador ou de um tablet. Fica difícil de enxergar alguns conteúdos na tela pequena", conta Guilherme. "Sinto que estou ficando com o conteúdo muito defasado, não entendo a matéria. Enquanto alguns têm dois ou três notebooks em casa e só usam um, a gente não tem nenhum." De acordo com a TIC Domicílios, entre a população cuja renda familiar é inferior a 1 salário mínimo, 78% das pessoas com acesso à internet usam exclusivamente o celular. Canuto, do Instituto Singularidades, reforça a importância de levar em conta a realidade tecnológica das famílias ao estruturar o ensino remoto.
 

"Precisaríamos pensar em quem não tem acesso à internet ou só usa celular. Copiar conteúdo de uma tela de 4 polegadas é muito difícil, ainda mais para as crianças. Uma proposta seria preparar e entregar um material impresso", sugere o professor.

3- Professor precisa usar celular pessoal

Não são só os alunos que se queixam da falta de equipamentos adequados para a educação remota. Juliana Souza* é professora de geografia em uma escola estadual de Caieiras (SP). Durante a quarentena, ela está indicando vídeos e leituras para os estudantes. "Não pretendo gravar aulas, porque preciso aceitar minha realidade. Não tenho aparelhos com tecnologia suficiente", diz. Segundo ela, o ideal seria a secretaria estadual de educação disponibilizar equipamentos para os professores. "Nosso celular virou instrumento de trabalho. Não autorizei que usassem meu número para colocar em grupos de WhatsApp com alunos. Ninguém garante minha segurança e minha privacidade, não sei o que poderiam fazer com o meu contato", afirma a professora.


O que complica a situação é a dificuldade no uso de plataformas on-line. Os celulares de alguns pais e alunos não têm memória suficiente para instalar aplicativos – e as famílias enfrentam problemas em entender como os programas funcionam.
 

O uso do WhatsApp, mais comum, acaba sendo a solução para transmitir as informações. Consequentemente, os professores recebem mensagens durante todo o dia, no aparelho pessoal. Procurada, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não se pronunciou sobre a falta de equipamentos tecnológicos para os docentes. Afirmou que disponibilizou internet gratuita a eles e aos alunos e que produziu manuais de orientações de estudo para as famílias. Também declarou "estar preparando ações de reforço escolar". Flávia da Silva, que leciona em escolas públicas de Itumbiara (GO), conta que nunca havia passado seu contato particular para os pais de alunos, ao longo dos mais de 16 anos de carreira na rede municipal. "No último domingo, estava atendendo ligação às 3 da tarde. Eram alunos com dificuldades, com dúvidas. Eu atendi e dei as orientações, mas é complicado", diz.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/05/05/sem-internet-merenda-e-lugar-para-estudar-veja-obstaculos-do-ensino-a-distancia-na-rede-publica-durante-a-pandemia-de-covid-19.ghtml

Não tenha medo de enfrentar o desconhecido

  Aumente a sua autoestima. Aceite novos desafios. Não tenha medo de errar. Acredite no seu desempenho. Pense positivamente. 🍀