Hoje, vamos estudar algumas figuras de linguagem mais usadas:
Ironia: é o recurso linguístico que consiste em afirmar o contrário do que se pensa.
Que pessoa educada! Entrou sem cumprimentar ninguém.
Hipérbole: Consiste em enfatizar uma ideia com o objetivo de enfatizá-la. Um exagero de expressão:
“Eu nasci há dez mil anos atrás/E Não tem nada neste mundo que eu não saiba demais.” (Raul Seixas).
No churrasco, comi um boi inteiro. E morri de chorar de dor de barriga.
Comparação: A figura de linguagem comparação remete a ação de atribuir semelhanças. Para isso, é comum utilizar termos como: assim, igual a, como, que nem, tal qual, assim como, além de outros.
“O coração de quem ama/ fica faltando um pedaço/ que nem a lua minguando/ que nem o meu nos seus braços”. (Djavan)
A moça é como um flor.
Metáfora: Uma das figuras de linguagem mais conhecidas é a metáfora. Nela as palavras apresentam aspectos que não são comuns no sentido literal ou concreto.
“Você é raio de saudade, Meteoro da paixão” (...) “Meteoro" de Luan Santana.
“Sou uma gota d`água, sou um grão de areia” (Renato Russo)
“O amor é um grande laço/ um passo pr´uma armadilha/ um lobo correndo em círculo/ pra alimentar a matilha” (Djavan)
Metonímia: A metonímia diz respeito à figura de linguagem que expressa substituição de uma palavra por outra por aproximação.
Comeu o prato todo. No exemplo, “prato” substitui o termo “comida”, que estava dentro do prato. A metonímia também ocorre com a omissão de termos, subentendidos por outros:
Adoro ouvir Caetano Veloso. No exemplo, “Caetano Veloso” é o termo que equivale a: músicas do Caetano Veloso.
Comprei um Monet. (ou seja: comprei um quadro do pintor Monet).
“Quem com ferro fere, com ferro será ferido.” (isto é: ferir com espada). Nesse ditado popular, você verá que também há outra figura de linguagem, a aliteração, que está explicada mais à frente.
Catacrese: ocorre quando não existe um termo específico para designar algo, e, por isso, utilizam-se outros termos para substituir essa falta.
Precisei chamar um marceneiro para consertar o pé da mesa. (Não existe um termo específico para designar tal parte da mesa, por isso, toma-se “pé” como empréstimo para designá-la).
Mais exemplos de catacrese: A cabeça do alfinete; O dente de alho; A maçã do rosto; O braço da cadeira; A batata da perna; O pé da cama; O céu da boca.
Personificação ou Prosopopeia: ocorre quando se atribui características humanas àquilo que não é humano, como objetos ou sentimentos.
“Uma luz azul me guia com a firmeza e os lampejos do farol/ E os recifes lá de cima me avisam dos perigos de chegar”. (Tim Maia)
Gradação: A gradação ocorre quando se utiliza uma sequência de palavras que intensifica uma ideia.
“Você não tem nada pra fazer e fica nessa agonia: fala de mim, pensa em mim, 24 horas por dia (...)” (Ludmilla)
Onomatopeia: Essa figura de linguagem indica a reprodução de ruídos ou sons. Por exemplo: A música “bate coração” da cantora Elba Ramalho.
Oi, tum, tum, bate coração
Oi, tum, coração pode bater
Oi, tum, tum, tum, bate coração
Que eu morro de amor com muito prazer
Eufemismo: ocorre quando se utiliza expressões para atenuar uma ideia tida como agressiva ou desagradável.
“Ela se jogou da janela do quinto andar/ Nada é fácil de entender/ dorme agora, é só o frio lá fora.” (Renato Russo). A expressão “dorme agora” se refere ao fato de que a moça está morta.
Mais um exemplo de eufemismo: Segundo o tribunal, o governador faltou à verdade em seu depoimento. (Ou seja, o governador mentiu em seu depoimento).
Pleonasmo: É a repetição, redundância, de uma ideia ou conceito, com a finalidade de enfatizar.
“Sonhei um sonho sonhado” (Martinho da Vila)
Entrei dentro de casa. (Entrar só pode ser dentro de algum lugar)
Entrar pra dentro; Descer pra baixo; Ver com os olhos; Há muito tempo atrás; Repetir de novo; Fatos reais.
Aliteração: Trata-se da utilização de palavras com a mesma consoante e que têm som parecido, causando um trava-línguas.
O rato roeu a roupa do rei de Roma.
Minha mãe me mandou fazer o meu melhor.
O pato pateta pintou o caneco (Vinícius de Moraes – O pato)
Paradoxo: Ideias divergentes colocadas numa mesma frase.
Ex.: “Amor é fogo que arde sem ver/ É um contentamento descontente/ Dor que desatina sem doer”. (Soneto de Camões).
Se há dor, pressupõe-se que doa e não o contrário.
Antítese: Salienta a oposição entre duas ideias ou palavras:
“Eu sou a vela que acende, eu sou a luz que se apaga/ Eu sou a beira do abismo, eu sou o tudo e o nada” (Raul Seixas)
Referências bibliográficas:
TERRA, Ernani. Minigramática.São Paulo: Scipione, 2007.
ALMEIDA, Nílson Teixeira de. Gramática da Língua Portuguesa para concursos. São Paulo: Saraiva, 2009.
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagens, Saraiva, 2007.
WWW.https.figurasdelinguagem.com.br
Qual é a sua figura de linguagem preferida?
ResponderExcluirMinha figura de linguagem preferida é o eufemismo: fulano passou desta para melhor. Valeu!
ResponderExcluirBoa escolha. O eufemismo ajuda muito a contar uma notícia ruim.
ExcluirAgradeço o seu comentário.
Ótimo conteúdo, professora! Minha figura de linguagem preferida é o paradoxo.
ResponderExcluirQue interessante! Os artistas são paradoxais. É o que se diz...
ExcluirObrigada por comentar.
Esqueci de dizer qual é a minha figura de linguagem favorita: é a prosopopeia, pois adoro fábulas!
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